Levantamento dos afastamentos do trabalho na USP

O Setor de Epidemiologia da Superintendência de Saúde da USP realizou o levantamento inicial dos principais motivos de afastamento do trabalho no ano de 2022. O levantamento incluiu todos os servidores ativos, docentes e técnicos administrativos da Universidade de São Paulo.

A base de dados analisada foi proveniente do sistema USP do Departamento de Recursos Humanos, onde ficam registrados os tipos de ocorrências de afastamentos. Foram consideradas todas as ocorrências por licença-médica, exceto acidente de trabalho. As análises estatísticas foram baseadas nos capítulos da CID-10 (Classificação Internacional das doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e apresentadas de acordo com a duração da ocorrência e o sexo.

Durante o ano foram registradas 23.900 ocorrências dentre aproximadamente 8.000 servidores, lembrando que podem existir múltiplos afastamentos por servidor.

Características dos afastamentos inferiores a 15 dias

Ocorreram 23.010 (96%) afastamentos com duração de até 15 dias, onde 61% das ocorrências foram em mulheres.

Dentre os cinco principais motivos de afastamentos, as doenças respiratórias (Capítulo X) foram a causa mais frequente, com 34%. Dentre elas a Covid-19 (CID-10 B34.2 e U07) contabilizou 41%, seguida de gripe (J11) com 27%.

A segunda causa mais frequente estava relacionada ao capítulo XXI (13%), referente aos fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com serviços de saúde, como por exemplo, a realização de exames de investigação.

As afecções osteomusculares (Capítulo XIII) também estão entre as principais causas de afastamentos, com 11%, incluindo dores e lesões não causadas por acidente (CID-10 M00-M99). Aproximadamente 5% das ocorrências foram referentes ao Capítulo XVIII, que são sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos ou laboratoriais, onde as dores abdominais (CID-10 R10) e de cabeça (CID-10 R51) foram as mais prevalentes. E por fim, 4% das ocorrências estavam relacionadas aos Capítulos XIX e XX, referente a lesões por causas externas.

Características dos afastamentos superiores a 15 dias

Ocorreram 856 (3,6%) afastamentos superiores a 15 dias, e neste caso, o número de ocorrências entre homens foi maior em comparação às mulheres, com 56% dos casos.

A causa mais frequente foi relacionada ao Capítulo V, referente aos transtornos mentais e comportamentais, com 29%. Dentre estes, a depressão (CID-10 F33 e F32) contabilizou 50% e a ansiedade (CID-10 F41), 17,7%. As ocorrências relacionadas ao Capítulo XIX e XX, referentes às lesões decorrentes de causas externas, foram a segunda causa mais frequente, com 17,5%. Em seguida as afecções osteomusculares (Capítulo XIII), com 12,6% das ocorrências.

As neoplasias (Capítulo II) também estão entre as principais causas de afastamentos com duração superior a 15 dias, com 12,4%, sendo o câncer de mama (CID-10 C50) e próstata (CID-10 C61) os mais prevalentes, com 25,5% e 8,5%, respectivamente. E as doenças do aparelho circulatório (Capítulo IX), com 7,4%, onde a hipertensão (CID-10 I10) contabilizou 12,7% e o acidente vascular cerebral (CID-10 I64), 11,1%.

Tendo em vista os resultados encontrados neste estudo, a Superintendência de Saúde pretende aprofundar as análises para embasar a construção de futuras políticas de saúde e prevenção na comunidade da Universidade de São Paulo.

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